
O mercado de trabalho está a ser marcado por dois fenómenos que se tornaram virais através das redes sociais, são eles: a demissão silenciosa (“quiet quiting”) e o despedimento silencioso (“quiet firing”). O primeiro a surgir foi a demissão silenciosa por parte dos colaboradores, sendo que o segundo movimento apareceu como resposta ao primeiro por parte das empresas. Mas em que é que consistem e de que maneira influenciam de forma negativa os profissionais e as empresas?
Quiet quiting consiste no facto de um trabalhador perder, progressivamente, o vínculo com o seu trabalho fazendo apenas o mínimo indispensável às suas funções. Na origem deste movimento estão razões como o descontentamento salarial, a falta de reconhecimento e a emergência do teletrabalho. No âmago desta questão está uma falta de motivação destes trabalhadores por não se sentirem valorizados ou conectados com a empresa. Já o Quiet firing é um movimento que tem surgido em resposta ao anterior em que os líderes e as organizações tomam medidas de forma a fazer com que determinado colaborador se demita por si próprio. Assim, estes dois movimentos alimentam-se um ao outro, podendo tornar-se num ciclo vicioso se não forem tomadas medidas para os travar.
Estes dois movimentos são ambos prejudiciais, tanto para as empresas como para os profissionais, pois diminuem a produtividade, impedem a retenção de talento e o desenvolvimento de carreiras e as organizações e seus trabalhadores tornam-se menos competitivos para o mercado. Desta forma, é clara a urgência e importância do investimento numa boa gestão de pessoas que adote medidas que valorizem o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos trabalhadores, bem como serem reconhecidos pelo empregador pelo trabalho que desenvolvem.
Assim, é importante que ambas as partes construam e alimentem uma relação de confiança através de uma comunicação aberta, clara e objetiva que alinhe os objetivos de cada parte para que se chegue a uma solução vantajosa para ambos. Além disso, as empresas devem cada vez mais preocupar-se com o bem-estar dos trabalhadores, pois sem eles não conseguem exercer qualquer atividade.